sexta-feira, 29 de março de 2013

Banheiro ecológico

Considerado o modelo mais ecológico de tratar os dejetos humanos, o banheiro seco, aos poucos, deixa de ser uma esquisitice nunca vista antes e passa a ser algo real, viável, confortável, belo e sustentável. O aspecto mais interessante deste banheiro é a economia de água, se pensarmos na quantidade de água potável que é utilizada nas descargas de nossas casas e relacionarmos com outras formas de usos teremos um resultado alarmante. Só pra inspirar esta reflexão, pense que uma descarga gasta no mínimo uns dez litros de água (hoje já tem o modelo econômico que usa 6 Litros), que é a capacidade de um balde padrão, se utilizarmos a privada duas vezes no dia já são vinte litros, o que corresponde a um banho de dez a quinze minutos em um chuveiro normal. Na cozinha usamos para cozinhar no dia, por pessoa uma média de três litros, já para lavar louça esse número aumenta drasticamente para algo em torno dos dez litros. Na hora de lavar roupas na maquina ou tanquinho você, ou eu vai gastar só pra enche-lo 40 litros e depois pra enxaguar mais uns 20.mas não é todos os dias que se lava roupas. O uso da Água potável na descarga poderia ser evitado com o reuso da água do chuveiro coletada em uma bacia na hora do banho, ou da água de lavar roupa. Ou não usar água para dar descarga como é no caso do polemico banheiro seco. Este exige um pouco de espaço, para quem mora em prédio fica difícil fazer, contudo se alguém arriscasse um projeto poderia nos surpreender com um ótimo resultado, basta pensar em como solucionar problemas relacionados a espaço, vai aqui uma dica para os pioneiros, usar um balde com assento e tampa e bate-lo em um tonel grande na área do condomínio. O nosso foi feito em mutirão no ano novo de 2012, nele utilizamos bambo, eucalipto, telha recicláveis e tubos de pvc, estes foram os matérias encontrados nas ruas, mas precisamos adquirir algumas conexões, cimento, areia e tijolos. A obra consistiu em aproveitar o desnível do terreno para facilitar o uso do banheiro, pois necessariamente precisamos coletar os dejetos em um recipiente, para isso deve haver um desnível entre o acento do vaso e o recipiente. No nosso caso, por se tratar de uma região montanhosa, retiramos um metro e meio quadrado de terra da encosta do morro, onde construímos de alvenaria um pequeno deposito para colocar o recipiente onde os dejetos irão cair. O importante deste deposito é ter uma passagem na lage para passar os dejetos, isso é o principal, outro ponto que deve ser observado com atenção é como retirar os resíduos, há diversas maneiras, nós optamos por captar com um tambor de lixo e retirar este por uma porta que fizemos com uma janela de alumínio. Com os bambos construímos as paredes em cima da laje do deposito e cobrimos com a telha. Já o vaso nós construímos com pequenos pedaços de tubos de pvc e cimento, optamos por separar a urina, porque esta tem outro processo de decomposição, que não exige seis meses de espera e quando juntos o resultado não é muito bom, primeiro porque perdemos a urina, com a ureia de fácil aplicação e depois porque dificulta no processo de decomposição e eliminação dos coliformes fecais. Em um ano de funcionamento já enchemos três tambores de duzentos litros e devolvemos para a mãe terra o conteúdo de dois tambores (400L)tratados. O quanto de água que economizamos não tem valor mensurável, uma água que deixou de ser poluída e de ser tratada o que envolve o custo e o dano ambiental de seu tratamento(alagamento de grande área. Quando se mora no Sitio os elementos da natureza ganham mais força em nós, pois estão por toda parte, ao nosso redor e dentro da gente, assim percebemos o quanto dependemos deles e o trabalho que da para te-los sob certo controle, dentro de nossas casas. Estou muito contente com os resultados obtidos neste um ano de funcionamento deste banheiro, obrigado a todos aqueles que participaram desta construção, direta ou indiretamente.

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